terça-feira, 27 de outubro de 2009

Capítulo 1

Certos hábitos nunca mudam.

Por exemplo, não importa o quanto eu tenha crescido, o quanto eu me sinta maduro, ou quantos livros do Shakespeare eu tenha lido, sempre que tiver uma oportunidade, eu irei perder uma manhã inteira na frente da TV assistindo a algum desenho animado que passa em uma emissora de TV qualquer. Não importa que eu já tenha assistido o tal desenho uma dúzia de vezes, muito menos os apelos desesperados de minha consciência que grita algo como “Pelo amor de Deus, Zé! Olha o teu tamanho, cara! Você não tem mais idade pra essas coisas”.

A verdade é que eu gosto disso. Por mais banal e inútil que seja este hábito, ele gera um prazer característico que eu não consigo resistir. Uma endorfina natural, suponho, que faz com que deixe de lado outras dúzias de coisas mais produtivas. Quase um vício.

O mesmo sentimento eu sinto ao escrever. Desde minha infância eu costumava flertar com minhas idéias em folhas de cadernos já usados, escrevendo textos que refletiam meu estado de espírito. Sim, eu era um menino esquisito. Fazia questão de bolar histórias e botá-las no papel, com único intuito de ler posteriormente, e rir das próprias tiradas. Algo que mais tarde eu descobri ser chamado de narcisismo.

O fato é que escrever me dava a possibilidade de exercitar uma habilidade que não tinha: a de falar bem. Sempre fui um orador desprezível, incapaz de dizer uma frase de impacto sem algumas horas de ensaio, mesmo que ela já estivesse pronta em minha cabeça. Botar as idéias no papel passou a ser minha desforra: uma vingança particular contra a incapacidade que tinha de ser um “Ás” nas palavras.

Por anos, esta vertente escritora ficou restrita as gavetas de minha estante, ou as caixas de cadernos velhos guardadas em algum canto empoeirado da casa.

Isto só mudou numa manhã de janeiro de 2007: durante uma folga do trabalho, e num momento de tédio, resolvi criar um blog na Internet onde poderia exercitar publicamente minhas vertentes de escritor. Nascia aí o “Eu Não Sei Fazer Poesia”, site pessoal que passou a abrigar os textos que, até então, eram dedicados às traças.

Pois é... Criar um blog, é quase como tentar aparecer numa câmera de TV por trás de um repórter durante uma matéria. Por mais que não quisesse admitir, era óbvio que, no fundo, eu desejava que mais pessoas pudessem ler o que eu costumava escrever. Queria aparecer.

Com um início confuso, onde não sabia bem o que, e nem como escrever, fui criando uma pequena identidade no espaço. Sendo assim, o site pessoal que abrigaria postagens variadas sobre assuntos que agradavam o autor, passou a ser dedicado quase que exclusivamente aos meus devaneios literários: crônicas, geralmente com tom mais humorístico, em que tratava de assuntos do cotidiano. O tema que, no fundo, sempre foi minha principal motivação para criar o blog.

Durante cerca de um ano e seis meses, o “Eu Não Sei Fazer Poesia” abrigou postagens “regulares” (cof, cof...) com crônicas criadas pelo rapaz que até então preferia guardar seus textos numa gaveta. As tais postagens com “variedades” quase nunca existiram.

O hobbie de escrever foi ganhando importância, de forma que me via cada vez mais distraído enquanto pensava em alguma situação que pudesse render uma “boa” história. Já tinha virado um hábito.

No entanto, o mundo vai dando voltas que nem sempre somos capazes de acompanhar: fui perdendo o fôlego para manter o blog atualizado. Meu tempo livre foi diminuindo na mesma proporção em que minhas responsabilidades no trabalho, na faculdade e no cotidiano aumentavam. Somado a isso, por um problema técnico, minha senha para entrar no blog ficou travada, o que, misteriosamente, só foi se resolver meses depois de minha última postagem. A situação chegou a tal ponto que não tive mais de onde tirar motivação para continuar: mesmo sem um anúncio oficial, ou um enterro digno, o “Eu Não Sei Fazer Poesia” tinha morrido.

Mas, como disse anteriormente, certos hábitos não morrem.

Por isso, pouco mais de um ano depois de minha última postagem no falecido site, decidi dar início a um novo projeto: o “Pois Zé”, blog pessoal que seguirá a mesma linha do seu antecessor, abrigando textos de minha autoria.

As diferenças? Praticamente nenhuma. O foco é o mesmo: as crônicas supostamente bem humoradas e uma ou outra colocação mais pessoal. Talvez a grande mudança é que tentarei exercitar outros gêneros além do humor em meus textos. Mas uma coisa não muda: o mal gosto e as tiradas sem graça serão as mesmas de sempre.

E antes que alguém me avise, eu sei: os blogs estão fora de moda. A onda agora é o Twitter, o famoso microblog que virou coqueluche entre os internautas do planeta. É mais ou menos a mesma febre vivida pelo Orkut no Brasil lá por 2004 e 2005. Mas, como todo bom rapaz fora de moda, eu resisto bravamente à tentação de me embrenhar nesse mundo. Da mesma forma que “eu não sei fazer poesia”, eu também não sei escrever em menos de 140 caracteres. Quem sabe eu até me converta a esta onda, e vire mais um fã desse treco no futuro. Até lá, prefiro continuar resistindo.

Deixo desde já, aos amigos e visitantes que por ventura passarem por aqui, o meu sincero muito obrigado. É em função do carinho de vocês que eu continuo em minha sina de maltratar o bom gosto literário... Com mais de 140 caracteres, é claro.

Sejam todos bem vindos e, na medida do possível, divirtam-se!

Até.

Quem é este cara? (O Autor)

Nascido numa noite quente de quarta-feira na segunda metade dos anos 80, José Luiz Sykacz, popularmente conhecido como Zé, é mais uma das provas de que a década em questão foi absolutamente nociva para o futuro da humanidade.

Criado numa cidade da Região Metropolitana de Curitiba, o garoto mostrava desde cedo sua vocação para o jornalismo e para criação de histórias ao rabiscar com canetinhas multicolor personagens fictícios em páginas de jornais. Aprendeu a ler em casa junto com a avó paterna e logo virou fã de carteirinha de grandes personagens da literatura nacional, como Mônica, Cascão e Cebolinha.

Nerd não convicto, era alvo de gozações na escola por possuir uma cabeça avantajada, e por passar por situações constrangedoras com uma frequência assustadoramente grande. Com o tempo, passou a incorporar o título de palhaço da turma, título que ele carregou orgulhosamente até o fim do ensino médio. É do tipo que perde o amigo, a namorada e o ônibus, mas não perde a piada.

Apaixonado por leitura, é fã incondicional de autores como Luiz Fernando Veríssimo (sua “musa” inspiradora), Carlos Drummond de Andrade, Nelson Rodrigues, Gay Talese e Joseph Mitchel.

Adora escrever, mesmo admitindo que não é grande coisa. Gosta de criar contos de humor, e críticas moralistas sobres assuntos que não tem pleno domínio. Tem paixão por frases de efeito, e acha que a vida é o clichê de Deus. Não é gago, mas é tímido o bastante para ter enormes dificuldades de se comunicar verbalmente. É adepto do ditado que diz que as vezes é melhor ficar quieto e deixar que todos pensem que você é um idiota, do que abrir a boca e não deixar dúvida nenhuma.

Gosta de desenhos animados, apesar de não ter mais idade para isso, e costuma torrar várias horas produtivas do dia à frente de um videogame. É pisciano, apesar de não entender chongas sobre este tipo de coisa. Já viu discos voadores, não acredita em duendes, e nunca usou drogas, muito embora já tenha assistido a programas de TV no domingo à tarde, o que na prática é quase a mesma coisa.

Amante do cinema, é fã de obras lendárias da sétima arte como “Corra que a Polícia Vem Aí” e “Apertem os Cintos, O Piloto Sumiu”. Gosta de diretores como Stanley Kubrick, Michel Gondry e Jorge Furtado. Sim, ele é bem eclético. Tem o hábito de frequentar cinemas sozinho, e jura que ainda vai tirar aos tapas alguma criança ou adolescente baderneiro de dentro da sala.

Gosta de vários estilos musicais, apesar de quase nunca se aprofundar muito em nenhum deles. No rock, é fã de bandas antigas como Ramones e recentes como Strokes. É tarado por Johnny Cash. Nunca tocou nenhum instrumento na vida, mas ainda pretende ser baterista. Acha que a música está em decadência, e que depois dos anos 90 quase nada se salva.

Tem pavor de sangue, odeia cebola, não vive sem café, e costuma mudar entre assuntos que não tem a menor relação entre si de uma hora para outra. Heterossexual assumido, está à procura de uma mulher inteligente, bonita, sarcástica e bem humorada, embora tenha convicção que ganhar na loteria é mais fácil.

Adora esportes, mas é um completo desastre na prática de quase qualquer um deles. Ainda quer trabalhar com isso. Apaixonado por futebol , é goleiro nas horas vagas, e como outros milhões de brasileiros, acha que seria um bom nome a ser considerado para o cargo de técnico da seleção. Ama frequentar estádios, e já se dirigiu a inúmeros árbitros usando boa parte dos insultos existentes na língua portuguesa, embora não se orgulhe disso.

Formado em jornalismo, é do tempo em que ainda era preciso estudar para se praticar a profissão. Tem paixão por seu ofício, mas finalmente entendeu depois de formado os motivos de sua mãe lhe pedir para cursar medicina ou direito. Não liga muito para dinheiro, mas vive reclamando que o dinheiro também não da muita bola para sua carteira.

Em 2007, criou um blog pessoal chamado “Eu Não Sei Fazer Poesia”, que foi encerrado um ano e meio depois por falta de atualizações. Em 2009, criou o Pois Zé, novo blog pessoal que ele promete atualizar com alguma frequência, mesmo sem especificar se tal periodicidade será semanal, mensal, ou anual.

Apreciador incorrigível de ironias, tem quase a absoluta certeza de que irá se arrepender amargamente de ter escrito tal perfil daqui a alguns meses. Portanto, se você estiver lendo este texto do ano de 2010 em diante, é sinal de que este blog está abandonado, e o autor não se recorda mais das abobrinhas que escreveu.


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O Blog

O Pois Zé é um blog pessoal escrito pelo desconhecido Zé Luiz Sykacz, paranaense formado em jornalismo, que gosta de criar textos literários de gosto duvidoso e se exibir para os amigos.

Esta é a segunda empreitada do autor no universo dos blogs pessoais que quase ninguém lê. Em 2007, ele criou o Eu Não Sei Fazer Poesia, espaço onde publicava suas criações em intervalos de tempo não definidos à espera de que um amigo amável fizesse um comentário elogioso. Ou não.

Atarefado, acabou abandonando o espaço não oficialmente no segundo semestre de 2008, prometendo que voltaria algum dia. A profecia se cumpriu em outubro de 2009 quando o rapaz pôs no ar o Pois Zé, blog que segue a mesma proposta do seu antecessor.

Além de crônicas novas e antigas (reescritas, se necessário), o Pois Zé trará eventualmente postagens sobre assuntos variados que por ventura chamarem a atenção do autor, além de possíveis colaborações de amigos e colegas. Isso, até ele enjoar da brincadeira e abandonar o espaço, o que pode acontecer a qualquer momento.

Vale lembrar que o autor é adepto do uso de dose cavalares de sarcasmo em alguns destes textos, sendo assim, se por ventura sentir-se ofendido(a) com algumas de suas colocações, ignore. No fundo o pobre infeliz estava só tentando fazer piada de alguma coisa, mas sem nenhuma maldade.

Sejam muito bem vindos!


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